Perfil dos inadimplentes: quem são e quanto devem?
A inadimplência no Brasil continua a crescer e preocupa consumidores, empresas e especialistas em economia. Segundo dados recentes da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, existem mais de 69,6 milhões de brasileiros adultos estavam negativados em março de 2025, o maior número já registrado na série histórica. Esse cenário evidencia a dificuldade de grande parte da população em manter as contas em dia, refletindo diretamente no consumo, no acesso ao crédito e na saúde financeira das famílias.
O levantamento aponta que 42,01% da população adulta brasileira está inadimplente. O grupo mais afetado está na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 23,76% do total de negativados — o que significa que mais da metade (50,79%) das pessoas dessa faixa etária possuem dívidas em atraso. Pois a divisão por sexo é praticamente equilibrada, com leve predominância feminina (51,06%).
Em média, cada inadimplente deve R$ 4.604,54 e está devendo para pelo menos 2 empresas diferentes. Em suma, quase 30% possuem dívidas de até R$ 500, o que reforça a ideia de que até valores menores podem levar à negativação quando não pagos no prazo.
Crescimento preocupante e dívidas antigas
Além do número absoluto de inadimplentes, o relatório mostra que houve um crescimento anual de 3,89% em relação a março de 2024. Em relação ao mês anterior (fevereiro de 2025), o aumento foi de 1,54%.
Outro dado relevante é o aumento no número de devedores com dívidas antigas: cresceu 43,97% o número de consumidores inadimplentes há 3 ou 4 anos, revelando a dificuldade em quitar débitos antigos mesmo após longos períodos. Isso pode indicar falta de renegociação, juros altos ou desorganização financeira.
Bancos lideram como principais credores
Quando se observa a origem das dívidas, os bancos aparecem como principais credores, concentrando 66,74% do total das pendências. Isso mostra como cartões de crédito, empréstimos e financiamentos continuam sendo os principais vilões da inadimplência.
Em contraste, setores como Água e Luz (-7,81%), Comércio (-3,32%) e Comunicação (-1,45%) apresentaram queda no volume de dívidas. Esse comportamento pode estar relacionado à priorização desses serviços considerados essenciais, ou a programas de negociação mais eficazes para minimizar a inadimplência no brasil